O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou um homem de 52 anos pelo assassinato do sobrinho de sua ex-esposa, ocorrido em 13 de setembro deste ano em Aimorés, município do Vale do Rio Doce. Ele é acusado de ser o mandante do homicídio triplamente qualificado, praticado por motivo torpe, mediante pagamento de recompensa e com emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Conforme as investigações, o crime ocorreu por vingança porque a vítima - na época em que era adolescente e morava com o casal e a prima, filha dos tios, em Niterói, no Rio de Janeiro - sempre intercedia para defendê-la das agressões praticadas pelo denunciado, na ocasião ainda casado com a tia. A convivência do grupo familiar era conturbada, devido à violência doméstica praticada pelo homem contra a esposa e a filha, que, inclusive, foi expulsa de casa por ele.
Na denúncia, o MPMG também acusa um homem de 30 anos de ser o executor do crime, e outro, de 32 anos, de ter intermediado o contato entre o mandante e o autor do assassinato. O trio, que morava no estado do Espírito Santo (ES) na época do fato, foi denunciado também por associação criminosa, além do homicídio. O acusado de ser o executor ainda responde por adulteração da placa do veículo usado no crime. Atualmente, os três encontram-se presos em Minas Gerais.
De acordo com as investigações, entre os meses de abril e setembro deste ano, os denunciados se uniram para a prática deste crime e o planejamento de outros que não foram consumados em razão da intervenção estatal. A trama teria começado com o intermediador indicando ao mandante uma pessoa para assassinar seus desafetos. A primeira vítima seria o sobrinho da ex-esposa. O trio teria, inclusive, em algumas ocasiões, ido a Aimorés para mostrar ao contratado o alvo deste assassinato.
Na ocasião, o intermediador e o contratado teriam ido à loja de celular da vítima a pretexto de consertar uma peça de telefone, enquanto isso, o acusado de ser o mandante permanecia num veículo parado nas imediações. Nessa viagem, os denunciados ainda teriam sacado, numa agência bancária local, parte do valor combinado para a execução do crime. Além desses detalhes, a polícia apurou que o autor do delito teve o carro consertado e recebeu uma arma dos outros denunciados para cometer o homicídio.
Segundo a denúncia, câmeras de segurança próximas à casa da vítima filmaram o crime. Imagens mostram o executor saindo do carro, que estava com a placa adulterada com fita adesiva, efetuando os disparos e voltando ao veículo. Em seguida, ele dirige até sua residência em Santa Maria de Jetibá, no ES. Nesse trajeto, retira o adesivo que dificultava a identificação do carro. De posse das imagens, as polícias de MG e do ES localizaram e efetuaram a prisão do acusado. Ao ser questionado, ele informou onde estava a arma do crime, apreendida pelos policias.
Na denúncia, o promotor de Justiça Rômulo Cheguevara Gandhi Costa Pereira pede, além da condenação dos acusados por homicídio triplamente qualificado, que eles sejam sentenciados a pagar indenização aos sucessores da vítima pelos danos materiais e morais causados com o assassinato.