11/08/2021 às 08h54min - Atualizada em 11/08/2021 às 08h54min

Homem negro é obrigado por segurança a tirar a roupa acusado de furto

Luiz Carlos da Silva, de 56 anos, foi obrigado a ficar apenas de cueca pelos seguranças. Caso aconteceu supermercado da rede Assaí em São Paulo

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Seguranças obrigam homem negro a se despir - Foto: Reprodução
Um homem negro de 56 anos precisou tirar a roupa para provar que não havia furtado itens de um supermercado da rede atacadista Assaí em Limeira, no interior paulista, na sexta-feira (6).

O ajudante-geral Luiz Carlos da Silva ficou apenas de cueca na frente de outros clientes. Ele registou um boletim de ocorrência no dia seguinte por constrangimento ilegal. O advogado Diego Souza, que atua na defesa de Silva, disse ao jornal Folha de S.Paulo que vai solicitar apuração sobre eventuais motivações raciais.

Em um vídeo obtido pelo site G1, é possível ver Silva com apenas parte das roupas, indignado. “Eu vim aqui para comprar alguma coisa e me chamam de ladrão”, disse ele no vídeo. A companheira de Silva disse à TV Globo local que ele havia ido ao mercado para conferir os preços e não comprou nada na ocasião.

Em nota, o Assaí disse que “se desculpa pela abordagem indevida”, que realizou apuração interna e que o funcionário responsável pela abordagem foi desligado. A empresa disse também que “repudia qualquer ato que infrinja a legislação vigente e os direitos humanos” e que realizou treinamentos com seus funcionários no semestre passado.

O caso se soma a uma série de violências contra pessoas negras em supermercados. Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em 2020, quando João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, morreu após ser espancado por dois homens brancos no estacionamento de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre.

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