27/10/2023 às 17h23min - Atualizada em 27/10/2023 às 17h23min

Com apoio da Fapes, café capixaba recebe classificação de qualidade especial

Governo ES
A produção de café no Espírito Santo tem elevado o patamar de qualidade, após avanços tecnológicos com novas pesquisas e estudos realizados no setor. O mais novo projeto realizado com financiamento do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), apresenta excelentes resultados para o café capixaba.

Depois de dois anos de muito trabalho, os cafeicultores participantes do projeto estão produzindo cafés especiais, com exemplares alcançando nota 88,5 na escala Specialty Coffee Association (SCA), método internacional utilizado no Brasil para a classificação sensorial do café. O produto avaliado recebe uma pontuação de 0 a 100 e quanto maior a pontuação mais qualidade tem o café.

O desenvolvimento do novo método de produção é do Engenheiro Agrícola Rogério Carvalho Guarçoni, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). O projeto recebeu recursos de, aproximadamente, R$ 500 mil por meio de seleção no Edital Banco de Projetos de Pesquisa, uma parceria da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) com a Fapes, lançada em 2021.

Foram implantados 15 polos de processamento do café em cinco municípios, que receberam três unidades: Marechal Floriano, Afonso Cláudio, Venda Nova do Imigrante, Brejetuba e Conceição do Castelo. Todos os estudos foram feitos com café arábica e podem ser desenvolvidos nas mesmas condições com o conilon.

Para chegar ao atual estágio de qualidade do café, o processo percorreu um longo caminho que teve início na escolha dos 15 produtores participantes, considerando uma diversidade de fatores, como clima, altitude, temperatura, umidade do ar, radiação, tipo de solo, vento, composição atmosférica e a precipitação pluvial, entre outras características que influenciam na qualidade do café para proporcionar uma maior diversidade de perfis sensoriais.

Além disso, foi necessário o licenciamento ambiental em todas unidades, treinamento técnico às famílias para a produção de cafés especiais e sustentáveis e a disponibilização dos descascadores para a montagem das unidades de processamentos. Também foi preciso ser feita a cobertura plástica com terreiro suspenso para a secagem, trocas dos rotores dos descascadores e ser firmada parceria com as prefeituras de cada cidade para a disponibilização de máquinas retroescavadeiras para os cortes dos barrancos, local em que foi construída a montagem das unidades de processamento.

“Esse é um trabalho árduo e longo que nos dá uma enorme satisfação ao vermos que estamos produzindo cafés com excelente classificação internacional. Isso é a valorização desses cafés especiais. Agora, estamos alcançando o nosso maior objetivo que é a difusão e a transferência de tecnologias para a produção de cafés especiais e sustentáveis”, destacou o coordenador do projeto, Rogério Guarçoni.

Ele acrescentou que o objetivo do projeto, que era avaliar e difundir os impactos econômicos e socioambiental das tecnologias recomendadas pela pesquisa para a produção de cafés especiais no Espírito Santo, foi plenamente realizado.

O diretor-presidente da Fapes, Denio Arantes, enalteceu que os resultados obtidos com a implantação do projeto refletem diretamente na economia do Estado. “Observamos que o avanço tecnológico e inovador agrega valores ao café do Espírito Santo. A qualidade atinge um patamar internacional e representa o crescimento do setor cafeeiro, motivação dos nossos produtores e incremento na economia capixaba. Tudo isso é reflexo do trabalho do Governo do Estado que financia projetos inovadores e de grande impacto em um importante setor agrícola”, salientou Denio Arantes.

O Edital Banco de Projetos de Pesquisa Fapes/Seag

O Banco de Projetos de Pesquisa teve três fases e, na Fase 1, foram contratados 35 projetos. Um investimento de R$ 10 milhões para as iniciativas que avaliam os impactos socioeconômicos e ambientais gerados a partir da adoção de tecnologias e do acesso às políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da agricultura, pecuária, abastecimento, aquicultura e pesca.

Texto: Jair Oliveira  


Informação à Imprensa:
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Samantha Nepomuceno
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