22/03/2022 às 09h45min - Atualizada em 22/03/2022 às 09h45min

Metroviários de Belo Horizonte fazem greve contra privatização da CBTM

Trens funcionarão das 10h às 17h, em escala reduzida

Agência Brasil
CMBH
Moradores da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) que precisam utilizar o metrô nas primeiras horas da manhã se depararam  hoje (21) com as 19 estações da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) fechadas.

A interrupção dos serviços faz parte da mobilização dos metroviários que, no último dia 15, em assembleia, aprovaram paralisar suas atividades parcialmente a partir da 0h de hoje. Além de se opor à proposta do governo federal de privatizar as operações mineiras da CBTU, a categoria se queixa da falta de respostas da companhia nas atuais negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Segundo a CBTU, as 19 estações existentes em Belo Horizonte e Contagem permaneceram fechadas entre 5h30 e 10h, quando o sistema voltou a operar. A companhia estimou que cerca de 37 mil pessoas que costumam usar o metrô neste horário deixaram de ser transportadas.

De acordo com o Sindicato dos Metroviários (SindiMetro), pelo tempo que durar a paralisação, os trens funcionarão apenas das 10h às 17h, em escala reduzida, com o mínimo de trabalhadores necessários à manutenção dos serviços essenciais.

“Basta o governo negociar que estaremos dispostos a cumprir escala integral”, disse o sindicato, em nota. “Decidimos entrar em greve como último recurso para defender nosso ganha-pão e o direito das pessoas de ir e vir”, acrescentou a organização, afirmando que a concessão de serviços públicos à iniciativa privada tem prejudicado a população e os servidores públicos.

“A categoria vê seus direitos reduzidos e seus salários corroídos. A população de Belo Horizonte começou a pagar uma passagem de metrô muito cara. Não porque o metrô é estatal, mas sim, porque querem privatizá-lo e fazer dele um negócio lucrativo.”

Em nota, a CBTU ressalta que a decisão dos metroviários quanto à manutenção de uma escala mínima de funcionários trabalhando das 10h às 17h contraria decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que determinou que o SindiMetro garanta a presença do mínimo de trabalhadores necessários para a manutenção dos serviços, entre as 5h30 e 10h, e das 16h30 às 20h, sob risco de ser multado em R$ 30 mil por dia.

De acordo com a CBTU, em dias úteis, aproximadamente 35 mil passageiros costumam usar o metrô entre 17h e 23h, quando normalmente são encerradas suas operações diárias. Desta forma, segundo a estatal, a interrupção das atividades entre 5h30 e 10h e das 17h às 23h prejudicará aproximadamente 72 mil dos 100 mil usuários/dia do sistema.

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