20/07/2021 às 10h18min - Atualizada em 20/07/2021 às 10h18min

‘Operação colheita’ reforça a segurança de produtores rurais capixabas até novembro

Somente na região Noroeste, 21 municípios são atendidos pela Patrulha Rural. Neste ano, o investimento foi de R$ 1.496.277,36 em todo o Espírito Santo.

Marcelle Altoé - Redação Rio Doce em Pauta
Não é novidade que o cafeicultor dedica um ano inteiro, com vários investimentos na lavoura, até chegar o momento da colheita que, no Espírito Santo, se iniciou oficialmente no dia 14 de maio e termina no fim do mês de julho. É assim também com outras culturas como cana-de-açúcar, abacaxi e outros cultivos, que têm a colheita estendida até novembro.
 
Para inibir a atuação de criminosos, que cada vez mais veem as propriedades rurais como alvos de ataques, o Governo do Estado do Espírito Santo, por meio das Secretarias de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), realiza a ‘Operação Colheita’.
 
Neste ano, estão sendo empregadas 200 viaturas em todo o Estado, sendo 110 em escala extra. O investimento é de R$ 1.496.277,36 com o pagamento de Indenização Suplementar de Escala Operacional (ISEO).
 
“Várias associações e produtores rurais nos procuraram para falar sobre a insegurança nas propriedades agrícolas. É uma situação que se torna ainda mais preocupante na época da colheita do café, já que uma saca tem alto valor no mercado e os criminosos ficam de olho nisso. Nós levamos a demanda ao Governador Renato Casagrande e também ao Secretário de Segurança Coronel Ramalho que se mostraram sensíveis em ampliar a atuação da Operação Colheita por meio de mais investimentos na Patrulha Rural”, explicou o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) Paulo Foletto.
 
Foletto destacou que a melhora no efetivo da Patrulha Rural permite mais segurança às famílias que vivem nas localidades do interior, principalmente quanto à colheita, armazenagem e distribuição do café, e também uma renda extra ao policial militar. “Os policiais que atuam na Operação Colheita trabalham no período em que teriam folga, por isso há uma indenização por esse trabalho. Além disso, como são da região conhecem bem a realidade local e podem traçar estratégias específicas para promover a segurança em cada município”.
 
OPERAÇÃO COLHEITA

De acordo com o Major Ricardo dos Passos Lyrio, Chefe da Divisão Operacional da Regional Noroeste da Polícia Militar, a Operação Colheita, voltada especificamente para o policiamento das áreas interioranas do Estado, é realizada por meio da Patrulha Rural que, além de atuar de forma repressiva, com a prisão de infratores que cometem crimes nessas localidades, age também de forma preventiva, levando orientações e dicas de segurança aos cafeicultores.
 
“A ação acontece durante o período da colheita, principalmente do café, entre maio e novembro, com a intensificação do policiamento preventivo e atuação em propriedades que recebem trabalhadores que atuam na "panha" do café, geralmente vindos de Minas Gerais e Bahia. Em geral são furtados equipamentos agrícolas e sacas de café. Policiais militares fazem rondas nessas localidades tanto no momento da suspeita da prática de algum ato ilícito quanto para orientar as famílias sobre como prevenir a atuação dos criminosos”, explicou.


 
Na região Noroeste capixaba, a Patrulha Rural atende 21 municípios, onde atuam cerca de 09 viaturas e 18 militares devidamente capacitados pra exercer essa função.
 
Os proprietários rurais que venham a ser vítimas dos bandidos devem acionar o 190 e também procurar a delegacia mais próxima para registrar o fato, levando informações à polícia para que o caso seja investigado e os autores devidamente punidos.
 
A Polícia Militar elaborou uma cartilha com dicas de segurança para quem mora nas áreas rurais capixabas. Confira algumas abaixo (depois dos dados sobre o lançamento da operação colheita).
 
DICAS DE SEGURANÇA

PARA O PRODUTOR RURAL
  •  Pesquisar antes de contratar novos funcionários, exigindo sempre os seus documentos de identificação (de preferência com foto) e o seu endereço, bem como solicitando referências de outros locais onde o trabalhador já prestou serviços;
  •  Contratar vigia noturno, se possível;
  •  Suspeitar de pessoas que estejam rondando a propriedade, sobretudo à noite, com veículos de grande porta-malas ou automóveis com carroceria. Da mesma maneira, suspeitar de pessoas que, durante o dia, ao serem flagradas no interior da propriedade, aleguem estar procurando por alguma outra pessoa ou utilize de outros subterfúgios, pois normalmente o seu objeto é verificar a existência e a localização de bens do seu interesse, a fim de posteriormente retornar e executar o crime de furto. Caso ocorra situação semelhante, reunir o maior número de informações possível e informar o fato imediatamente à Polícia Militar;
  •  Jamais adquirir bens de terceiros sem a apresentação de nota fiscal e com valor abaixo do mercado, pois tais indicadores levam a crer que estes são de procedência ilícita. Além de tal prática ser considerada crime de receptação, lembre-se, o furto ou o roubo somente ocorre porque existe um receptador;
  •  Sempre checar se a empresa em que o seu produto será comercializado possui credibilidade no mercado;
  •  Evitar comentar sobre grandes vendas (por exemplo: de gado ou café);
  •  Não efetuar grandes pagamentos de funcionários com dinheiro em espécie, faça a opção por depósito em conta ou cheque. O acerto com pagamento em espécie atrai a ação dos bandidos, que vislumbram uma grande oportunidade de subtraírem uma grande soma de dinheiro;
  •  Em caso de assalto, não reagir e, se possível, procurar observar os criminosos
  • para facilitar um posterior reconhecimento;
  •  Manter controle constante sobre o patrimônio da propriedade, fazendo uma conferência constante (especialmente do rebanho);
  •  Estar sempre informado acerca da evolução da criminalidade na região; denunciando os casos de roubo à Polícia Militar;
  •  Participar de Associações de Produtores Rurais.
 
PARA AS PROPRIEDADES RURAIS
  •  Ao atender a um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de atendê-lo;
  •  À noite, ao chegar à fazenda, observe se existem pessoas suspeitas ao aproximar-se da sede da propriedade. Caso haja suspeita, retorne e mantenha contato com a Polícia Militar (190) e aguarde a sua chegada;
  •  Não mantenha muito dinheiro em casa, bem como joias de valor;
  •  Evitar manter na fazenda armas cobiçadas por criminosos (pistolas, revólveres, etc.). Caso possua arma de fogo, providenciar o seu registro junto à Polícia Federal;
  •  Manter as porteiras bem conservadas e se possível, fechadas com cadeados (usar cadeado de segredo para evitar chaves);
  •  Não deixar as luzes acesas durante o dia, isso leva a crer que não há ninguém em casa;
  •  Evitar deixar a sede da fazenda abandonada (sem um caseiro ou membro da família). Não havendo alternativa, certificar-se de que todas as portas e janelas estão trancadas;
  •  Colocar grades nas janelas;
  •  Fazer seguro residencial contra furto;
  •  Procurar adquirir, dentro das limitações de cada região, um telefone fixo ou aparelho de telefone celular.
 
PARA OS INSUMOS AGRÍCOLAS
  •  Evitar manter na propriedade grandes estoques de insumos;
  •  Adotar medidas para que pessoas estranhas não tomem conhecimento da compra, transporte e armazenamento dos insumos agropecuários em sua propriedade;
  •  A armazenagem na fazenda, quando extremamente necessária, deverá ser feita em depósitos apropriados e que ofereçam o mínimo de segurança, se possível com grade, sistemas de alarmes, etc.;
  •  Somente adquirir defensivos agrícolas determinados por receituários agronômicos e em revendas autorizadas;
  •  O transporte para a fazenda deverá, sempre que possível, ser realizado pela própria revendedora, a qual certamente possui uma estrutura mais segura para tal;
  •  Caso o transporte tenha que ser realizado pelo próprio produtor rural, recomenda-se todas as cautelas necessárias ao longo do trajeto; como o emprego de veículos apropriados, a atenção voltada para veículos suspeitos, a ciência de familiares ou funcionários de confiança no tocante ao início e término do deslocamento e o maior número possível de pessoas empenhadas no transporte.
 
PARA OS EQUIPAMENTOS DE IRRIGAÇÃO
  •  Dificultar o acesso à lavoura colocando cadeados nas porteiras;
  •  Criar algum sinal identificador para os equipamentos, de modo que estes possam facilmente ser identificados em caso de furto;
  •  Possuir cachorro, ganso ou galinha d’angola próximo à plantação e no terreiro da propriedade, onde os equipamentos são guardados;
  •  Sempre que existir a possibilidade, criar um mecanismo que facilite o transporte da bomba de irrigação, evitando que esta permaneça na plantação quando não houver necessidade;
  •  Nos períodos em que a irrigação for desnecessária, recolha o encanamento e demais peças, armazenando-os em um local seguro.
 
PARA OS VEÍCULOS E MÁQUINAS AGRÍCOLAS
  •  Ao adquirir veículos, procure aqueles menos cobiçados pelos bandidos;
  •  Utilizar garagens fechadas nas fazendas, evitando a exposição de veículos a curiosos;
  •  Jamais adquirir veículos sem efetuar a transferência do bem para o seu nome,
  • certificando-se da procedência do veículo e de que toda a documentação está regularizada;
  •  Fazer, se possível, seguro de seus veículos e máquinas agrícolas;
  •  Instalar mecanismos de segurança nos veículos e máquinas agrícolas (travas, chaves codificadas, rastreadores, bloqueadores, etc.);
  •  Ao sair do veículo, jamais deixar as chaves na ignição;
  •  Evitar rotina de horários e procurar variar os itinerários;
  •  Manter seu veículo sempre em boas condições, evitando parar na estrada (defeito mecânico, pneu furado, falta de combustível, etc.);
  •  Não dar carona para estranhos e somente socorrer pessoas conhecidas, caso estas sinalizem defeito em seu veículo na estrada;
  •  Se perceber que está sendo seguido por outro veículo, haja com naturalidade, pare na fazenda mais próxima em busca de socorro e informe o fato à Polícia Militar;
  •  Manter em seu veículo alguma particularidade que permita a sua identificação imediata, caso seja levado por bandidos;
  •  Nunca negociar o carro ou a motocicleta (especialmente com pessoas desconhecidas) efetuando o pagamento de uma entrada, com a promessa de que a transferência do bem para o seu nome será feita após a quitação total. Na maioria dos casos, trata-se de veículos roubados ou furtados, com grandes débitos de multas, IPVA e Licenciamento, ou mesmo financiados e com parcelas em atraso.
 
TELEFONES ÚTEIS:
  • Polícia Militar - 190
  • Corpo de Bombeiros -193
  • Disque Denúncia – 181

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