A Usina de Mascarenhas, Administrada pela Paraty Energia, vai realizar nos próximos dias o seminário "Transposição Manual de Peixes - Apresentação dos resultados, Campanhas realizadas entre Fevereiro de 2021 e Fevereiro de 2023" para demonstrar à comunidade os resultados da transposição de peixes no trecho da Usina. O Seminário acontece às 09h na quarta-feira (03) no auditório da UHE Mascarenhas e às 9h na Quinta-feira (04) no auditório da Prefeitura de Baixo Guandu. Toda a população está convidada a participar.
Duas vezes ao ano é realizada a transposição manual de peixes no trecho. No âmbito do programa, são realizadas atividades de captura ativa, manejo, transporte e soltura de peixes nativos à bacia do rio Doce, de jusante para o reservatório, a fim de permitir o sucesso reprodutivo das espécies e a consequente manutenção de populações de peixes à montante.
As atividades foram autorizadas pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – IEMA, por meio da Autorização para Manejo de Fauna Silvestre Nº 163/2021 (Renovação), Processo Nº 68896158 . Durante a transposição os peixes são identificados de forma a transpor apenas as espécies nativas, preservando assim o equilibrio natural. A transposição é realizada pela empresa Ichthyology Consultoria Ambiental.
De forma sistematica, os objetivos da transposição são:
Durante as cinco campanhas de captura para transposição manual de peixes da UHE Mascarenhas, realizadas entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2023, foram registradas 26 espécies de peixes. Dentre as espécies coletadas, 15 são consideradas exóticas à bacia do rio Doce.
A introdução de espécies exóticas pode causar vários impactos negativos sobre a comunidade nativa no local onde foi introduzida alterando a reprodução, crescimento, o desenvolvimento de espécies nativas, além de aumentar a competição, predação, hibridização e doenças, levando a redução e até mesmo extinção de determinadas populações.
A origem dessas espécies na bacia pode ser relacionada a causas variadas, como introdução para a pesca esportiva, introdução acidental ou intencional via piscicultura, aquarismo, controle na proliferação de larvas de insetos, entre outros, sendo apontada como característica do alto grau de antropização a que a bacia do rio Doce é submetida ao longo dos anos. Dentre as exóticas, destaque para o dourado (S. brasiliensis) e a curimba (P. costatus), espécies introduzidas no rio Doce há décadas e altamente difundidas por toda a bacia, além das espécies amazônicas: piau-açu (M. macrocephalus), matrinxã (B. amazonicus), tambaqui (C. macropomum), pacu (P. mesopotamicus) e pirarara (P. hemioliopterus), todas de grande porte, reofílicas, grandes migradoras reprodutivas e de importância comercial.
Após serem identificados, os peixes recebem uma TAG para acompanhamento do processo de transposição. Aqueles que pescarem os peixes com essa identificação podem entrar em contato com a UHE Mascarenhas no telefone (27) 3183-3568 ou (27) 99757-4724 e retirar um brinde ao informar o número da etiqueta.
Com o controle de quando e onde o peixe foi pescado, após sua identificação, é possível ter o controle de como a populção de peixes tem se comportado após a transposição no Rio Doce.
Todos os exemplares de peixes de espécies nativas foram destinados à transposição manual, sendo marcados com marcas tipo “floy tags”, que são etiquetas hidrostáticas padronizadas, apropriadas para aplicação externa, constando de um tubo plástico contendo uma numeração, presa ao corpo do peixe por fio. Estas marcas foram fixadas com agulha de sutura e fios de náilon, amarradas com folga de aproximadamente dois centímetros. Os peixes foram marcados na região dorsal, entre as nadadeiras dorsal e adiposa. Após a marcação, o local é banhado com solução curativa “polvidine” e os peixes são acondicionados nas caixas d’água com solução salina.
UHE Mascarenhas O aproveitamento hidrelétrico de Mascarenhas está situado no Rio Doce, a aproximadamente 150km de Vitória, no Bairro de Mascarenhas, Município de Baixo Guandu. Foi projetado pela antiga Companhia Central Brasileira de Força Elétrica, sobre controle da Eletrobrás, e sua construção foi realizada pela ESCELSA.
Sua implantação era harmônica aos grandes projetos insdustriais que se desenvolveram no Espírito Santo na Década de 70. Quando a UHE Mascarenhas começou a operar, tornou o Espírito Santo auto-suficiente em energia Elétrica, condição esta rapidamente superada pelo crescente aumento do mercado de energia do Espírito Santo.
A construção foi iniciada em 1968 e foi inaugurada em Junho de 1974, sendo a maior hidrelétrica do sistema ESCELSA. Consiste em uma usina a fio D'água (O armazenamento de água é inexpressivo), uma barragem de gravidade, 07 comportas do tipo setor no vertedouro e casa de força com 04 unidades geradoras, 03 unidades geradores instaladas durante a construção e 01 unidade geradora instalada em 2006.
Paraty Energia Desde o dia 20 de Dezembro de 2022 a UHE Mascarenhas é administrada pela Paraty Energia que em parceria com o o fundo inglês VH Global Sustainable Energy Oportunities (GSEO), administrado pela Victory Hill Capital Partners, compraram, por 1,225 bilhão, a hidrelétrica Mascarenhas, da EDP Brasil.